GUAIANASES 155 ANOS // BLOG OFICIAL DE GUAIANASES // ANO XI

7 de março de 2006

Memórias de um bairro esquecido


O que hoje falta na região - terrenos disponíveis - era abundante até algumas décadas atrás. Apesar de pouco povoado, Guaianases era um centro produtor e abastecia outros bairros paulistas com flores, uvas, telhas e tijolos.

O primeiro bar, a primeira farmácia, a chegada do bonde, os tempos em que Tarzan estreava no cinema-mudo e em que o professor ia de casa em casa buscar crianças em idade escolar. Aos 87 anos, todos eles vividos em Guaianases - desde o tempo em que a região era conhecida apenas como Lageado - , o contador João Radiante representa a memória de um bairro esquecido pelo resto da cidade.

Radiante é filho de imigrantes italianos da região da Toscana, que chegaram a Guaianases levados pelos trilhos da Estrada de Ferro do Norte no final do século XIX. Aliás, os imigrantes contribuíram muito para o desenvolvimento da região, em especial italianos e alemães. Entre os sobrenomes mais tradicionais - facilmente nomeando ruas e praças - estão Thadeo, Gianetti, Diório, Pucci, Calabrez e Prandini.

O que hoje falta na região - terrenos disponíveis - era abundante até algumas décadas atrás. Apesar de pouco povoado, Guaianases era um centro produtor e abastecia outros bairros paulistas com flores, uvas, telhas e tijolos. “A nossa chácara era a maior produtora de uvas da época”, lembra Radiante sobre o negócio conduzido pelo avô. As telhas e tijolos da olaria de outra família de imigrantes enchiam de 10 a 18 vagões de trem todos os dias com destino ao Brás e à Mooca.

O primeiro bar do bairro foi aberto por Radiante em 1938 em frente à estação de trem. Alguns anos depois, Radiante deixou o negócio para um de seus primos e desbravou o campo da contabilidade. “Fui durante um longo tempo o único contador daqui. Eu cuidava de 48 firmas”, lembra. O escritório segue a passos firmes, tocado hoje por um sobrinho.

Livre dos problemas da empresa, João Radiante se preocupa agora em organizar as fotos e documentos que guardou ao longo de tantas décadas para escrever um livro sobre a imigração italiana no Brasil. O bairro, por sua vez, não foi tão preservado quanto a memória dos imigrantes. Extensamente povoado a partir dos anos 80, hoje lembra muito pouco as fotos da infância de Radiante, onde a vegetação dominava a cena. “Mas eu não saio daqui. Esta é minha terra”, afirma.

Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/noticias

24 de fevereiro de 2006

História de Guaianases



Conheça um pouco da nossa história:

Bairro originado de aldeamento indígena, de onde provém seu nome. Por volta de 1820 os índios já estavam extintos e a terra encontrava-se em mãos de particulares. No Vale do Ribeirão Lajeado, em terras pertencentes à família Bueno, foi edificada uma pousada e uma pequena capela para recepção dos viajantes que cruzavam a região. Atualmente o Cemitério Lajeado localiza-se nas referidas terras.

A Capela de Santa Cruz do Lajeado, edificada por determinação do Sr. Manoel Joaquim Alves Bueno, foi inaugurada no dia 03 de maio de 1861. Em torno da capela o povoado de Guaianases desenvolveu-se, tendo ficado a data da inauguração do pequeno templo religioso como o início do bairro. A partir de 06 de novembro de 1857 a área em torno da capela passou a ser designada de Lajeado Velho e o entorno da Estação Ferroviária foi chamado de Lajeado Novo.

Neste último núcleo de povoamento construiu-se, ao final do século XIX, a Capela Santa Cruz. A primitiva Capela de Santa Cruz do Lajeado teve sua padroeira trocada para Santa Quitéria, a fim de que esta capela não fosse confundida com a capela do Lajeado Novo. Nas terras ocupadas por moradores dispersos pelo território eram cultivados produtos agrícolas verduras, frutas, flores- e agropecuários.

O bairro encontrou algum desenvolvimento por volta de 1920. A instalação de olarias na região e a chegada da Estrada de Ferro Norte deram impulso à área. Pelos trilhos vieram os imigrantes italianos estabelecendo-se como comerciantes, fabricantes de vinho, fabricantes de tachos de cobre, ferreiros e carpinteiros. Os espanhóis também se fariam presentes a partir de 1912 para dedicar-se à extração de pedras através das Pedreiras Lajeado e São Matheus.

O crescimento de Lajeado foi lento e embasou-se na presença de imigrantes e de migrantes. A partir da segunda década do século XX a região começou a receber um grande número de migrantes nordestinos, que representariam parte significativa da população local. Mão-de-obra não especializada, os moradores passaram a desempenhar as diversas tarefas requisitadas pela cidade que crescia em ritmo frenético.

A baixa remuneração fez brotar um bairro embasado na autoconstrução, com residências muitas vezes erguidas em área de risco.

Em 30 de dezembro de 1929 Lajeado era elevado à condição de Distrito. Os primeiros loteamentos de Lajeado surgiram a partir da segunda década do século XX, como Vila Iolanda (1926), CAIC (1928), Princesa Isabel (1928) e parte da Fazenda Santa Etelvina (1926), que abrigou famílias alemãs e austríacas.

A Fazenda Santa Etelvina ligou-se à Estação do Lajeado através de um ramal particular, que funcionou de 1908 a 1937. Através dos trilhos da fazenda vários produtos eram escoados lenha, tijolos, pedras, carvão e produtos agrícolas. Mesmo com um crescimento populacional significativo (aproximadamente 1600 pessoas), em 1934 só havia uma escola Escola Reunidas de Lajeado (1837). A Agência de Correios data de 1837; em 1895 criou-se uma subdelegacia de polícia. Havia duas Agremiações esportivas, o Atlas Lajeadense F.C. (1915) e a União F.C. (1934). As duas agremiações fundiram-se em 1946, dando origem ao atual Guaianases F.C.

O bairro recebeu o nome oficial de Guaianases em 24 de dezembro de 1948. Em 1950 a população de Guaianases ultrapassava 10.000 habitantes, configurando-se naquela ocasião como bairro-dormitório. Por essa época a ligação com o centro da cidade dava-se através de uma Maria Fumaça, que perderia seu lugar para os trens elétricos a partir de 1958. O crescimento desordenado do bairro - alavancado sobretudo a partir de 1940, com a intensificação das migrações permitiu a ocupação de áreas de manancial e de regiões sujeitas a enchentes e de alto risco para o estabelecimento de moradias.

O déficit de moradias é um problema que reclama solução urgente,a fim de evitar a continuidade de áreas perigosas e insalubres.

Fonte: http://portal.prefeitura.sp.gov.br/subprefeituras/spg

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...